Os búzios, conchas marinhas que têm sido utilizadas há milênios em práticas espirituais e adivinhatórias, representam muito mais do que simples objetos. Na cosmologia das religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda, os búzios são considerados sagrados e possuem uma conexão profunda com as divindades e os espíritos ancestrais.
No Candomblé, por exemplo, os búzios são utilizados em rituais de consulta aos oráculos divinos, onde um sacerdote especializado, conhecido como "babalorixá" ou "iyalorixá", faz a leitura dos padrões formados pelas conchas lançadas em um tabuleiro sagrado, interpretando assim as mensagens dos deuses e ancestrais.
Já na Umbanda, os búzios são empregados em diversas práticas rituais, desde consultas espirituais até oferendas e trabalhos de cura. Eles são considerados portadores de energia espiritual e mensagens dos guias espirituais que atuam como intermediários entre o plano terreno e o divino.
Além disso, os búzios também estão associados a diversas divindades nas religiões afro-brasileiras, como Oxum, Iemanjá, Iansã e Exu, entre outros, sendo utilizados em oferendas e cerimônias dedicadas a essas entidades.
Portanto, os búzios não são apenas instrumentos de adivinhação, mas sim símbolos sagrados que conectam os praticantes das religiões afro-brasileiras com o mundo espiritual e com a sabedoria ancestral de seus antepassados.